A decoração em cores quentes é uma grande tendência na arquitetura contemporânea, sendo elegida para vários tipos de projetos comerciais e residenciais. E você sabe o porquê dessa preferência? Essas tonalidades estimulam os nossos sentidos e tornam o ambiente mais rico, com mais calor.
Isso se traduz em mais aconchego, ao mesmo tempo em que enfatiza a personalidade e a inovação do design de interiores.
Por muitos anos, as cores quentes foram evitadas no mercado da decoração, pois havia uma crença de que elas eram difíceis de combinar. No entanto, vários arquitetos renomados começaram a explorá-las com resultados incríveis!
Desse modo, essas experimentações saíram dos projetos mais conceituais e artísticos e começaram a dominar a arquitetura mais cotidiana das casas e das empresas. Mas pra não errar no equilíbrio das cores, há algumas dicas muito úteis que explicaremos a seguir. Acompanhe!
1. Os efeitos das cores quentes na decoração
Eles geralmente nos remetem a elementos da natureza, como o céu, o solo, o mar, as árvores, entre outros.
Amarelo
Ligado ao sol, ele estimula bastante a nossa visão, transmitindo uma sensação de alegria. Essa cor pode tornar os ambientes mais vivos, ainda mais por ser bem inovador na arquitetura.
Vermelho
Sendo a cor do fogo e do crepúsculo, o vermelho é bem intenso e frequentemente representa a coragem e a liderança nas obras de arte.
Laranja
Situada entre o vermelho e o amarelo, essa cor também está associada às chamas e deixa os ambientes muito mais alegres.
Verde
Nos tons mais claros, o verde também é considerado uma cor quente e está associado às sensações de liberdade que temos quando estamos em contato com a natureza.
Azuis profundos
Apesar de ser considerado um pouco mais frio, o azul de tonalidades mais vivas, tem um efeito de cor quente. Ele é frequentemente associado ao céu e ao mar e, por isso, contribui bastante para o conforto do ambiente.
Sabe aquela tranquilidade que sentimos ao encarar o horizonte? Esses tipos de azul podem evocar essa sensação nos observadores.
2. Combinar as cores com a mensagem que o cliente quer transmitir
Muitas pessoas relacionam as cores quentes com o clima frio e o aconchego que ele traz, ficando receosas de empregá-las nas épocas de intenso calor. Todavia, esse fator não deve influenciar a escolha da paleta de cores, pois não existe certo e errado quando o assunto é a relação da arquitetura com o clima! O importante é usar a criatividade e associar com os efeitos que o cliente deseja.
O que se pode fazer quando um cliente tem uma opinião forte a respeito desse assunto, principalmente em localidades litorâneas, é buscar cores mais leves como o amarelo, o verde-claro e o azul. Afinal, o que deve prevalecer é sempre a mensagem que o cliente quer passar.
Por exemplo, em cidades continentais como Belo Horizonte e São Paulo, as cores mais fechadas, ricas e profundas são as preferidas. Isso porque o lifestyle dos habitantes desses locais é um pouco mais formal.
No Rio e Vitória, por outro lado, a vivacidade é mais comum, pois são cidades do verão, em que há uma mistura intensa de cores.
3. Mesclar móveis coloridos com revestimentos neutros
Essa técnica é bastante utilizada no design de interiores e é conhecida como “respiro”. Quando todo o ambiente está repleto de cores quentes, ele pode acabar se tornando pesado ou caricato. Dessa forma, a alternância com cores mais suaves e sutis permite aliviar os sentidos e “tomar um fôlego” após tanto estímulo visual.
Ademais, com muitas cores chamativas, o espaço pode ficar caótico e poluído. Consequentemente, seus usuários sentem um desconforto ao ficar nele por muito tempo. Para proporcionar essa pausa, o porcelanato mais neutro é um aliado essencial.
No mobiliário, você pode acrescentar acessórios neutros em móveis coloridos ou vice-versa. Por exemplo, uma combinação interessante seria um sofá amarelo com almofadas brancas e um tapete marrom, ou um sofá bege com almofadas na cor azul profundo e um tapete amarelo.
Assim, quando você tem algo mais harmonioso, você se cansa menos e curte mais o projeto, que terá conceitos mais perenes em vez de ser desgastado com as mudanças nas tendências.
4. Combinar as cores do ambiente com o estilo da decoração
É importante criar uma paleta base dentro de cada projeto. Diante disso, você tem que fazer um trabalho de “quebra-cabeça” e criar as combinações corretas. Afinal, é um momento em que você precisa ter muita atenção para visualizar os acabamentos — até mesmo antes de fazer suas escolhas — e ver se existe harmonia entre os tons.
Exemplificando: se você está usando uma paleta de verde e azul, precisa ver se esses tons se complementam, se eles não “brigam”. Assim, as cores quentes têm auxiliado bastante na inovação das releituras de estilos mais antigos. Um móvel clássico — tradicionalmente, em cores rústicas — pode receber uma cara nova ao ser pintado com tonalidades vivas.
Além disso, os estilos vintage podem resgatar alguns elementos coloridos do passado. Na decoração vitoriana, por exemplo, os tecidos de seda chinesa eram utilizados em vários móveis e acessórios, trazendo cores vivas e exóticas.
5. Selecionar bem a paleta de cores
Esse ponto deve ser sempre enfatizado, pois é importantíssimo ser coerente na escolha das cores. Se for usar uma paleta verde e azul, por exemplo, você deve procurar os tons de verde que se complementam, criando um caminho semelhante.
Você pode usar diferentes tons de verde, mas eles devem seguir o mesmo espectro de cor, isto é, não ir para frio e depois para o quente.
6. Utilizar a cor como uma expressão da sua personalidade criativa
Quando um arquiteto traz uma cor para o projeto, ele está trazendo sua personalidade. Não deixe o medo de errar impedir a sua inovação. Afinal, você está querendo estampar sua identidade, o que também é extremamente importante para sua imagem no mercado!
Cada vez mais as pessoas estão querendo esse reflexo de identidade, pois é isso que diferencia um trabalho assinado por um profissional criativo. Na verdade, as cores afloram as emoções dos observadores.
Ao entrar em uma casa com personalidade nas estampas e cores, você entende melhor a pessoa que a habita, assim como sua história, linguagem e experiências. Sempre gostamos de ambientes com personalidade, ousadia e uma combinação inusitada. Porém, você não vai conseguir esse resultado se não apresentar novas ideias e sugestões aos clientes.
Então, se você tem essa personalidade de estar sempre buscando pela inovação, saiba que não existe certo ou errado. Basta ter o cuidado de criar uma combinação harmônica. Com o tempo, você verá que os clientes serão atraídos justamente pela marca autoral dos seus projetos, desde que eles sejam interessantes visualmente.
Como você viu, a decoração em cores quentes não tem muitos segredos, depende da sua criatividade e a prática que irá ganhar a cada projeto. Aquele paradigma de uma arquitetura extremamente sóbria em todos os projetos já não é mais predominante, e hoje existem diversos elementos ganhando espaço.
Quer saber mais sobre como utilizar as sensações para criar ambientes incríveis? Então, conheça a decoração sensorial — uma das mais novas tendências do design de interiores!